Todo mundo e ninguém

Os textos sobre relacionamento que escrevo, posso dizer que não o faço com toda propriedade, porque sou uma mistura de tudo o que digo. Por exemplo: se escrevo sobre o ciúmes, tenho a plena convicção que já vivenciei o papel do ciumento e da vítima; se escrevo sobre otimismo, me coloco na posição do otimista e do pessimista, porque, acreditem, ninguém é 100% bom como não é 100% mau e assim logicamente atribuo todas as outras qualidades/defeitos nessa conta. O ser humano é naturalmente bipolar nas sensações ou como um amigo meu sempre diz, uma frase de Walt Whitman, "o homem contém multidões". Somos todos e somos um, somos algum e nenhum tudo ao mesmo tempo agora. Somos Marias, Josés, Joãos, Franciscos, Odaras e Dandaras em uma unica latinha.

Em tempos onde tudo se perde, nada se cria, tudo se copia, onde está nossa peculiaridade? O que faz com que você, mesmo sendo muitos, seja único?

Penso que essa unicidade nas pessoas é fruto de uma soma e dose de fatos, sentimentos, acontecimentos e pessoas que escolhemos e acolhemos para nossas vidas...Isso é o que nos faz únicos, ainda que contendo multidões.

Sobre relacionamentos - texto em constante construção

Falar sobre relacionamentos é uma faca de dois gumes. Porque ao mesmo tempo que parecemos dominarmos a arte por experiência, nos sentimos impotentes em entender muitas coisas que se passam nesta esfera, já que se entendessemos não teríamos tantos problemas ao longo da vida.

Penso que - aí digo a vocês que não apenas na esfera dos relacionamentos, mas em diversas esferas da vida - tudo depende de como vemos as coisas.

Todos os problemas de relações pessoais, seja amoroso, familiar ou de amigos, advém de uma capacidade que temos em projetar mais coisas ruins sobre o próximo do que coisas boas. Trocando em miúdos: é muito mais fácil pensar que estamos sendo enganados, ludibriados, que o outro quer nosso mal, do que pensar que o outro esta agindo corretamente e com boas intenções. O ditado popular já nos encaminha para esse pensamento negativo: "de boas intenções, o inferno está cheio". Se começamos uma relação já com esse "quase lema", como seguir adiante? Em última instância, pode acontecer de projetarmos coisas boas, a pessoa não corresponder, nos decepcionarmos e projetarmos coisas terriveis a respeito da pessoa, afim de justificar as decepções muitas vezes provocadas involuntariamente.

Uma coisa é certa: em quaisquer das duas opções, destroi-se uma amizade, um amor, uma relacionamento familiar...por, por, por???? Suposições, Incompreensões, egoísmo e outras cositas más, reduzindo aquele relacionamento que voce considerava para a vida toda em algo extremamente pequeno.
Se a palvra RELACIONAR siginifica estabelecer relação ou analogia entre coisas distintas, por que quando brigamos com alguém só vemos diferenças? A resposta é simples: porque ao nos decepcionarmos com o outro, não queremos nos considerarmos analagos a pessoa, assumindo assim uma capacidade de também magoar alguém. Na verdade nesse ponto somos tão parecidos com todos, que desejamos mesmo é a distinção, desconstruindo qualquer possibilidade de analogia e por conseguinte, o relacionamento.

Não sou um exemplo de diplomacia nas relações sociais, mas sou observadora a ponto de dizer que o segredo para o bom relacionamento é quebrar todo e qualquer paradigma que construimos até hoje sobre relacionamentos. Não esquecermos que somos iguais nas atitudes, nos gestos e que, certos ou errados, somos humanos, TODOS.

Quando entendermos que somos um ser humano, vivente em um planeta de 8 bilhões de habitantes, que somos apenas mais um numero no censo demográfico, passaremos a compreender melhor a importancia e especialidade que temos nas vidas das pessoas e a importancia que damos a determinada pessoa em nossa vida, que é o olhar que sobre ela, o cuidado e tempo dedicados ao relacionamento,ou como dizia Exupery: Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante”.

Balanço

Comigo acontece sempre isso: final de ano fico mais introspectiva, pensando na vida afim de fazer um balanço anual do que foi viver o ano que se passou. De todos os anos até hoje, posso dizer que não me enganei a respeito de 2011: foi especial e digo a vocês o  por que. Ainda em 2010, fiz vários planos para 2011, aqueles básicos que todos fazem, mas imaginava que, diferentemente dos outros anos, 2011 seria o ano de cumprir todas as promessas e objetivos. Nesse ponto me enganei, já que como nos anos anteriores nunca cumpri tudo que planejei, mas não me enganei que seria um ano de grandes mudanças.

Mudança de casa, de trabalho, de país? Não, mudanças internas. Enquanto nada acontecia ao meu redor, tudo aconteceia dentro de mim, ao longo de 2011. Vou explicar:

Foi um ano de extremos intensos. Grandes tristezas, grandes alegrias, grandes erros, grandes acertos, grandes enganos, grandes descobertas, grandes sucessos e, porque não admitir, grandes fracassos.

De um modo geral, entre extremos, posso dizer que 2011 foi o ano de relações e revelações pessoais, além de ser um ano de crescimento interior.

Logicamente que o crescimento interior é moto continuo inerente a passagem dos tempos, mas esse ano foi epifanico no sentido da aprendizagem. Tudo que vivi, que não vivi e que ainda quero viver me serviu de grande lição para essa tarefa que é viver bem consigo. Alguns aprendem cedo demais, outros tarde demais e outros ainda nem aprendem. Podemos aprender com nossas experiências, com as experiências dos outros, ouvindo ou ainda nao aprendermos mesmo errando repetidas vezes. Digo que 2011 não foi um ano que encerrei minhas aprendizagens, mas que foi um ano de grandes descobertas, mudanças de atitude e de pensamento.

Vamos ao que aprendi:

Aprendi que, embora Fernando Pessoa ja havia escrito ( e eu lido muitas vezes), "sou do tamanho daquilo que sinto"...se sinto grande alegria, grande tristeza, grande frustração, assim será o tamanho do que sinto...mas posso mudar a forma de enxergar o tamanho das coisas. Se enxergar um problema de forma grandiosa, assim ele será, se enxergá-lo pequeno, tudo se torna mais fácil...Se tiver uma alegria e alimentá-la, ela se tornará imensa, se ve-la como "alegriazinha", assim será..e assim por diante.

Aprendi também que todas as pessoas que passam ou ficam em nossas vidas são especiais, cada uma ao seu modo. Até mesmo aquelas pessoas que fazemos questão de excluir de nossas vidas são especiais, pois nos passou alguma lição, mesmo que de forma desagradável.

Aprendi que devemos administrar nossa vida tal qual uma grande empresa, com quotistas, que são: família, amigos, amores e trabalho. Todos devem ter igual importância em nossa vida.

Aprendi que, se alguém faz mal a você, é porque você permite-se, o mesmo quando fazem o bem. Cabe a você estabelecer/conceder o espaço e direito a cada pessoa que passa por sua vida  o bem e o mal que cada uma pode exercer, porque nao podemos ser ingenuos a ponto de acreditar que aquela pessoa que mais admiramos e amamos nunca ira nos fazer mal porque é justamente o contrario: quem mais amamos é que tem maior capacidade/poder de nos fazer muito bem ou muito mal.

Para finalizar o rol de aprendizagens, aprendi que não importa o quão você deseja agradar as pessoas, você nunca vai conseguir agradar a todos e....quanto mais insatisfeitas pessoas distantes de você ficarem com a sua postura, mais autentico você esta sendo, porque pessoas distantes, justamente por não estarem próximas a você, terão sempre uma visão míope a seu respeito, mesmo que você tenha a melhor das atitudes e intenções. Darmos muita importância a isso pode acontecer como

Jean Paul Sartre já dizia: sua vida será um inferno pelo que os outros acham ou pensam.

O que vale nessa vida é ter certeza de sua inteireza para com a vida e as pessoas. Você não é obrigado a amar a todos, isso só Deus, mas sim, é de sua obrigação amar sua vida e trata-lá com carinho. Concentre-se mais nas suas coisas, nos seus objetivos e tenha fé, sempre. Essa com certeza foi minha maior aprendizagem esse ano: a de que não importa quão dificil ou impossível seja sua situação, tenha fé e acredite que, se não deu certo é porque não chegou o final. Keep the faith and take it easy!